Dir: Matheus Nachtergaele
A estreia na direção do ator Matheus Nachtergaele é um filme bastante pessoal, possui carga de autoralidade e sabe ser forte. No entanto, não me diz muita coisa. Quando o filme acaba, fica aquela sensação de que tinha muito mais para oferecer, mas se perde em exageros estéticos e no misticismo que envolve a história, na tentativa de vender algo exótico e não necessariamente uma obra como interesse por aquele ritual que está sendo preparado.
Pois no interior do Amazonas, numa comunidade ribeirinha de pescadores, Santinho (Daniel de Oliveira) possui status de líder religioso porque achou os trapos da roupa de uma menina que desapareceu no lugar e nunca mais foi encontrada. Agora, ele diz receber da menina presságios para o futuro das pessoas e bênçãos para o povo da região. E então, todos os anos as pessoas da região preparam uma espécie de procissão em louvor à menina morta.
Nachtergaele busca um cinema de contemplação, valorizando longos planos e tempos mortos, quase como se o filme pudesse ser visto como uma experiência sensorial. Reforça isso uma maravilhosa fotografia de Lula Carvalho destacando o claro-escuro e enchendo as cenas de contrastes e mistérios. Além do que a própria festa religiosa já possui aquela atmosfera de misticismo, tão própria do interior.
Mas o que o cineasta parece buscar é o desmascaro desse tipo de cegueira religiosa que afeta muita gente. No entanto, por muitas vezes, exagera no tom e parece mais plástico do que consistente nesse propósito. Os personagens são mal construídos e parecem servir como tipos dentro da narrativa, e nem mesmo a qualidade dos atores ajeita as coisas. Jackson Antunes e Cássia Kiss aparecem pouco, mas possuem grande presença (principalmente ela porque surge como a mãe desaparecida há algum tempo). Daniel de Oliveira, por sua vez, surge em overacting e é o que sofre mais pela irregularidade de seu personagem (justo o central).
O filme ainda possui aquela vontade latente de querer chocar o espectador, seja pela afetação histérica de Santinho ou pelo caso de incesto que ele mantém com o próprio pai (incluindo aí uma cena de sexo entre os dois). Nesse sentido, não deixa de ser curioso que o roteiro tenha sido escrito por Nachtergaele em parceria com Hilton Lacerda, o que aproxima o filme de certo cinema pernambucano de “choque” (Baixio das Bestas, Amarelo Manga, ambos do autoimportante Cláudio Assis).
Do exagero e exibicionismo em parecer descolado, o filme dialoga pouco com o espectador; saí do cinema com a sensação de falta, ausência, e menos de provocação e perturbação, como o filme prometia. Não sei, por exemplo, como tanta gente adora a cena em que um rapaz de descendência indígena começa uma dança esquisita e logo é seguido por outros. Parece o tipo de pretensão em soar cult através do esquisito, do insólito, exótico. A mim, tudo soa muito vago.
Olá, tudo bem? Sou Assessora de Imprensa da Fondo Filmes. Tentei encontrar o contato do seu site para incluir na nossa mailing, mas não foi possível. Gostaria de te informar sobre nossos lançamentos e convidar para eventos de exibições de filmes! Caso deseje, mande um e-mail para "thaisy@gmail.com". Desde já agradeço!
LONGA-METRAGEM “TESTE DE ELENCO” GANHA APOIO DO PÚBLICO NA INTERNET
Comédia protagonizada por Fábio Porchat recebe incentivo de fãs na rede e se destaca no Twitter.
O trailer do filme no Youtube foi visto por mais de 5 mil pessoas em apenas 2 dias.
TESTE DE ELENCO chegou ao Twitter sem pretensões e conquistou admiradores que, hoje, se tornaram divulgadores entusiasmados. Em apenas 20 dias, o perfil do filme já reúne mais de 900 seguidores interessados em assistir a comédia, que traz Fábio Porchat como protagonista!
O lançamento do teaser do filme no Youtube contabilizou mais de 5 mil visualizações ao vídeo, em apenas 2 dias, superando as expectativas dos diretores estreantes Ian SBF e Osíris Larkin.
O longa-metragem teve sua estréia na abertura do Festival Universitário de 2009, foi muito bem recebido pelo público e agora repete o feito na Internet. O mais novo objetivo dos diretores é contar com esse mesmo público para conseguir levar o filme às salas de cinema.
A comédia, filmada no fim de 2008 e finalizada em 2009, é uma produção Fondo Filmes.
Teaser no Youtube: http://migre.me/6ihy
Download: http://www.4shared.com/file/127432207/afc43c20/teaser_teste_de_elenco.html
Sinopse:
Quando um diretor e uma atriz se encontram para a leitura de um roteiro, somos apresentados ao que pode ou não ser um teste de elenco. Um filme sobre um, ou vários testes, para um filme que já estava pronto.
Elenco:
Fábio Porchat, Talita Werneck, Pedro Henrique Monteiro, Letícia Lima, Camillo Borges, Patrícia Vazquez, Thiago Rotta, Rosa Soahres, Rodrigo Gallo, Camila Vaz, Kim Archetti, Maria Clara Horta, Vera Monteiro, Ana Felipe, Letícia Novaes, Igo Ribeiro, Paulo Mathias Jr, Mabel Cezar, Silvio Matos, Marcus Majella, Mayra Villela e Marina Tourinho.
Visite também:
Twitter: @testedelenco
Blog: http://testedeelenco.blogspot.com/
Orkut: http://migre.me/5waz
Não vi ainda. Mas ele tem uma cara de que quer se tornar cult a todo custo, algo do gênero. Não sei se isso é muito bom…
Tinha lido coisas tão entusiásticas; infelizmente, quando se tenta fazer filme pretensioso, a coisa tende a degringolar…
Olha, na verdade ainda não vi o filme, embora já tenha lido o suficiente pra me impor uma censura com relação ao que se escrevia sobre ele, para tentar assisti-lo com um pré-conceito nem tão gigantesco – apesar de agora já inevitável.
Agora o curioso é que descobri o blog em pesquisa referente à Mostra de Cinema de Conquista – pelo que vi, ainda sem confirmação de data para este ano.
Seja como for, bom saber que gente próxima daqui escreve com certa frequencia e, pelo pouco que li, com qualidade.
Abç
Gosto do Matheus, mas não sei por quê esperava justamente o que você retrata dessa estreia dele na direção de um longa!
Acho esse filme uma grande decepção… só se salva mesmo o desempenho do Daniel de Oliveira, que não aparecia tão bem desde CAZUZA.
Acho esse filme uma grande decepção… só se salva mesmo o desempenho do Daniel de Oliveira, que não aparecia tão bem desde CAZUZA.
Diego, pois é essa a impressão que me ficou, não sei se era a intenção do diretor. Mas pelo menos é um começo e acredito que o Nachtergaele tem potencial para crescer e fazer ótimos filmes.
Pois é Gustavo, para mim degringolou mesmo, acho que faltou mais consistência e menos vontade de parecer cult. Mas vamos esperar por uma melhora dessa visão no Nachtergaele.
Pois é Leandro, tu não devia ter lido nada antes de ver o filme, embora às vezes seja inevitável. Mas quando você o assitir, talvez veja de forma diferente, quem sabe? E bem, a Mostra Cinema Conquista já tem data fechada sim, embora não tenha sido divulgada ainda. Vai ser de 6 a 11 de outubro. E que bom que gostou do blog, volte mais vezes.
Pensando bem Kamila, o filme parece bem a cara dele mesmo, mas bem que podia ser mais consistente.
Wallace, senti no fim da projeção uma sensação de vazio, de que a história podia ter ido muito mais longe. E a atuação do Daniel de Oliveira, para mim, é super exagerada, sem falar que o personagem dele é de uma complexidade que o roteiro não consegue dar conta. A melhor coisa do filme mesmo é a fotografia, talvez uma das melhores do ano.