É uma pena que a estréia na direção do então ator Liev Shreiber tenha sido tão pouco divulgada. A história real do colecionador judeu Jonathan Safran Foer (Elijah Wood) que viaja à Ucrânia para tentar encontrar a mulher que salvou a vida de seu avô é rica em emoções e cheia de significados. É também uma jornada e tanto para seus personagens, não só o protagonista.
Para ajudá-lo na procura, Jonathan conta com os serviços dos guias Alex (Eugene Hutz) e de seu avô Baruch (Boris Leskin), especializados em ajudar judeus ricos a encontrarem familiares perdidos durante a guerra. Se Jonathan surge como uma figura comportada, usa óculos de lentes grandes e possui atitude séria e polida, Alex é uma figura descolada, se veste como um playboy e mantém uma postura ingênua diante de tudo. Já seu avô se mostra o carrancudo da história, vive com óculos escuros pois finge ser cego (todos sabem que é uma farsa) e está sempre de cara fechada. Por isso, ele só anda acompanhado de um cachorro-guia meio demente que atende pelo nome de Sammy Davis Jr. Jr. Está formado o grupo de figuras estranhas.
O tom inicial do filme é bem leve e irreverente, como quando Alex apresenta a si mesmo e os esquisitos membros de sua família (o filme é narrado por ele). Mas a história vai ficando mais densa quando os personagens conhecem a velha senhora Lista (Laryssa Lauret, de uma expressividade incrível) que conviveu com o avô de Jonathan na juventude, antes da guerra acabar com o sonho de todos.
Embora a vontade de Jonathan em conhecer as origens de seu avô mova o filme, é o avô de Alex quem vai passar pela experiência mais intensa. Seu ar sério dá lugar aos remorsos do passado quando descobrimos que essa mesma senhora o conhecia e conviveu com ele. As lembranças desse tempo retomam de forma triste e avassaladora. O encontro irá mexer com os sentimentos de todos eles.
Schreiber mantém uma linha narrativa marcada por um grande cuidado estético, principalmente na forma como enquadra as cenas. A fotografia ainda confere peso aos momentos mais dramáticos, com destaque para os flashbacks, da mesma forma que ilumina e tonifica muito bem a paisagem ucraniana. Outro destaque é a direção de arte que capricha nos cenários, como a bela imagem da casa de Lista tendo à frente um varal cheio de lençóis brancos e toda cercada por uma enorme plantação de girassóis. Os espaços internos também merecem destaque como a coleção de objetos familiares de Jonathan expostos na parede, ou as pilhas de caixas guardadas na casa de Lista. Tudo isso marcado por um colorido forte que intensifica ainda mais a trajetória dos personagens.
Ao fim, o filme ainda traz uma reflexão interessante. Na volta para casa, Jonathan reconhece nas pessoas que estão no aeroporto o rosto de várias outras pessoas que ele (nós) encontrou na Ucrânia. Dessa forma, o filme celebra o viajante como alguém que carrega para sua vida as experiências coletadas durante a viagem. O que ele presenciou permanecerá sempre consigo. Aquele que vai nunca é o mesmo que retorna.
Tá aí um filme que me envergonho por até hoje não ter assistido …
Adoro “Uma Vida Iluminada”, certamente foi um dos melhores filmes de seu ano mesmo que não tenha sido muito divulgado mesmo.
O Liev Schreiber é um bom ator e se revela um ótimo diretor, com este “Uma Vida Iluminada”. O aspecto que eu mais gosto no filme, além da história, é a sua apresentação visual. O filme tem algumas tomadas muito bonitas.
Esse filme é maravilhosamente lindo!
As cenas são de muito bom gosto e o uso das cores é fantástico.
Mas acho que por uma ou duas vezes o ritmo do filme não se mantém.
De qualquer modo, verei novamente para dizer o que acho.
Um abraço
Esse filme é lindíssimo, o vi bem recentemente e me surpreendi com a peculiar beleza… escrevi um paragrafo sobre ele lá no blog, depois dá uma olhada… abraços…
Achei esse filme muito louco, muito bom! Direção de arte impecável. E a trilha sonora é ótima, a cargo do Gogol Bordello, que tocou aqui no Tim Festival.
Abs!
Vc já assistiu a um filme e ficou doido procurando alguem que também tenha assistido pra vc comentar o filme? Pois é aconteceu isso comigo, assista logo “The life before her eyes” (Sem medo da morte ou sem medo de morrer, em portugues), tem na canal 3, mas eu tambem baixei. Quando assistir comente no meu blog. Lá já tem meu comentário, mas quero saber o que voce achou.
Meu blog: http://www.encontrodementes.blogspot.com
Abraço!
Caíque.
Um filmaço …
Divertido e emocionante … e ainda tem o Gogol Bordello … eheheheh
Vale a pena ver … rever … indicar aos amigos … tudo que puder para divulgar esse belo filme …
Abraços
Confesso que deve ser o tipo de filme que eu gostaria de ver!
– I’m more of a collector, really.
– And what do you collect?
– Things. Family things.
Acho fantástica esse diálogo. Resume e revela a pessoa do Jonathan. E, sem precisar usar muitos adjetivos, digo que é o melhor filme estrangeiro que já vi
*fantástico esse diálogo
hehe
*fantástico esse diálogo
hehe
5 estrelas?
Olha!!!
Ai que imagens lindas.
Parece ser um belo filme.
Bjos Rafa.
;**
Então veja Wallace, faz um sucesso doido entre o público alternativo.
Concordo plenamente Vinícius que tenha sido um dos melhores filmes de 2006.
Kamila, não acho o Liev Schreiber tão bom ator assim, por isso me surpreendi tanto com uma direção tão caprichada como a dele.
Cecília, o visual do filme é de encher os olhos mesmo. E não sei se por que eu me encantei tanto com o filme (essa é a segunda vez que eu vejo) eu não vejo essa perda de ritmo. Tudo no filme me encanta.
Cara da Locadora, só de ver essa foto do post dá pra notar como o filme apela, no bom sentido, para o visual.
Então Dudu, eu nem falei nada no texto sobre a trilha sonora que eu acho ótima e também inusitada porque o Gogol Bordello é uma banda bem louca (inclusive o Eugene Hutz, que faz o Alex no filme, é o vocalista da banda). E eu adoro a música deles que toca nos créditos finais: Start Wearing Purple.
Então Caíque, esse filme é do Vadim Perelman; assim por nome não me lembrava, mas depois vi lá no seu blog e reconheci, já tinha visto o trailer. Também gostei muito de Casa de Areia e Névoa e a Uma Thurman é um grande atrativo, mas confesso que o trailer me vendeu um filme que tenta emocionar o espectador a todo custo. Mas tentarei vê-lo logo.
Johnny, o filme precisa de divulgação mesmo. É pouco visto pelo público em geral, mas de uma beleza incomparável. E a trilha do Gogol Bordello (banda que conheci através do filme) é ótima.
De fato Elizio, acho que você iria gostar muito. Fica aí mais uma recomendação.
Então Iulo, esse diálogo é legal mesmo, bem simples e revelador. O melhor é a expressão nula do Jonathan, que a partir de seu ofício demonstra, na verdade, um sentimento muito grato para recolher os pertences de seus familiares. Mas existem vários outros diálogos tão bons quanto. Como quando Alex usa a palavra “preto”, o Jonathan acha que não se deve usar aquele termo, ao que o outro pergunta por que daquilo se ele gosta tanto dos negros (ele é fã de Michael Jackson, hahahaha). Mas eu adoro quando a senhora diz para o Alex que Trachimbrod “é” ela, ou então quando ela pergunta sobre a guerra; acho essa falas emocionantes. Filmão!
Sim Fabi, 5 estrelas, sem pena de gastá-las!
Aline, fica aí a recomendação.
Abraço a todos!!!!
Lembro-me vagamente da estréia desse filme, que realmente não obteve muita repercussão, mas nunca assisti. Pelo seu review, tem bem mais conteúdo do que imaginava. Quero ver.
Eu gosto bastante de “Uma Vida Iluminada”. Mas lembro que na época não apreciei tanto quanto a maioria.
Lembra que eu te disse que alguns filmes vem pra minha casa muitas vezes e nunca os vejo? Pois é, Uma Vida Iluminada ja teve seu periodo de presença constante em cima do DVD Player e nada…
Um dia me arrisco.
Abraços!
Hunm, Rafa, tenho que ver esse filme!!! Primeiro porque você deu cinco estrelas, segundo pelos vários comentários e terceiro e não menos importante pela presença do Elijah Wood (este ator é minha paixão de infância! kkkkkkk) Em breve passo por aqui para deixar as minhas considerações.
Bjoo! 😉
Então Gustavo, vendo assim de longe pode nem parecer tão promissor, é o tipo de filme pequeno que é melhor do que você imagina. Aí ele se torna grande.
Assim que eu vi, Matheus, eu fiquei bobinho. E nem foi no cinema.
Então fica mais uma dica Hélio, espero que goste quando tiver coragem pra ver.
Indhy, veja mesmo e acho que você vai adorar, simples, profundo e emocionante.
Confesso que até a metade, tava achando tudo meio sem graça…
mas quando as coisas começam a fazer sentido e todo aquele contexto de guerra se revela… 😀
nossa, nem sei o q dizer!
E a atuação de Laryssa??? se ela passasse o filme todo sem dizer nada, já tinha valido a pena!
Muito Bom!