E a maior surpresa da noite foi a premiação de melhor atriz para a pouco conhecida Sandra Corveloni (foto no fim do post) de Linha de Passe, digido pela dupla Walter Salles e Daniela Thomas; eles receberam o prêmio pela atriz que não compareceu ao festival. Para quem apostava em Angelina Jolie, Catherine Deneuve ou Julianne Moore caiu do cavalo. Melhor para gente.
Benício del Toro, à propósito de seu elogiado trabalho em Che, levou o prêmio de melhor ator e o turco Nuri Bilge Ceylan foi o melhor diretor dessa edição por seu Três Macacos. Os Dardennes, figurinhas carimbadas e donos de duas Palmas de Ouro e um prêmio de direção, não foram ignorados ao receberam o prêmio pelo roteiro de O Silêncio de Lorna.
E a Itália, cujo cinema vem bambeando das pernas ultimamente, foi agraciada com uma espécie de segundo (Grande Prêmio do Júri) e terceiro lugar (Prêmio do Júri), respectivamente para Gomorra, de Matteo Garrone, e Il Divo, de Paolo Sorrentino. Filmes mais comentados como Changeling (Clint Eastwood), Valsa com Bashir (Ari Folman) e Leonera (Pablo Trapero) saírma de mãos abanando.
Agora, para o público brasileiro, resta esperar (às vezes muito tempo) para poder conferir os filmes do festival nos cinemas. Gostaria de destacar também a visibilidade que o cinema latino-americano recebeu nessa edição da Croisette, mostra da força com que essa cinematografia tem sido cada vez mais reconhecida mundialmente.
Abaixo, a lista dos principais premiados:
Palma de Ouro
Entre Les Murs, de Laurent Cantet (França)
Grande Prêmio
Gomorra, de Matteo Garrone (Itália)
Prêmio do Júri
Il Divo, de Paolo Sorrentino (Itália)
Melhor Direção
Nuri Bilge Ceylan, por Three Monkeys (Turquia)
Melhor Atriz
Sandra Corveloni, por Linha de Passe (Brasil)
Melhor Ator
Benicio del Toro, por Che
Melhor Roteiro
Jean Pierre e Luc Dardenne, por Le Silence de Lorna (Bélgica)
Câmera de Ouro (melhor primeiro filme)
Hunger, de Steve McQueen (Reino Unido)
Prêmio Honorário do 61ª Festival de Cannes
Catherine Deneuve (Un Conte de noel) e Clint Eastwood (Changeling)
Palma de Ouro para curta-metragem
Metron, de Marian Crisan
Un Certain Regard
Melhor Filme: Tulpan, de Sergey Dvortsevoy (Cazaquistão)
Prêmio do Júri: Tokyo Sonata, de Kiyoshi Kurosawa (Japão)
Rafael, os Dardenne ganharam Palma de diretor por qual filme? Uma busca rapida no IMDB nao mostra esse premio.
Infelizmente, nao so demora MUITO para alguns desses filmes chegarem, como muitos nem chegarao ao mercado brasileiro. Quem sabe depois de anos, em dvd por uma distribuidora obscura.
De fato me enganei em relação ao prêmio de direção dos Dardenne. Imaginava que eles tinham ganho por O Filho, mas na verdade esse filme rendeu um prêmio de melhor ator para Olivier Gourmet. Foi mal.
Rapaz, Linha de Passe deve ser irado! Que curiosidade…
Abs!
Rafael, fiquei surpreso pela vitória de Sandra Corveloni por “Linha de Passe”. Mas confesso que, no geral, fiquei mais entusiasmado ao acompanhar o dia-a-dia do festival do que com o seu resultado – talvez porque nele consta nomes do cinema dos quais desconheço os trabalhos. Espero que possamos em breve ter acesso aos filmes em destaque na lista de vencedores