462. Os Homens
Preferem as Loiras
(Gentlemen Prefere Blondes, EUA, 1953)
Preferem as Loiras
(Gentlemen Prefere Blondes, EUA, 1953)
Dir:
Howard Hawks
Howard Hawks
Nunca
preso a um único gênero e sempre ligado ao modo de produção clássico
hollywoodiano, Howard Hawks é uma exemplo claro de cineasta dos grandes
estúdios. Mais do que interessado em imprimir uma marca estética própria, ele
fazia seus filmes como que motivado pelo simples prazer de contar histórias. Sua
marca está na praticidade e objetividade de suas obras, para além de algumas
temáticas recorrentes.
preso a um único gênero e sempre ligado ao modo de produção clássico
hollywoodiano, Howard Hawks é uma exemplo claro de cineasta dos grandes
estúdios. Mais do que interessado em imprimir uma marca estética própria, ele
fazia seus filmes como que motivado pelo simples prazer de contar histórias. Sua
marca está na praticidade e objetividade de suas obras, para além de algumas
temáticas recorrentes.
Daí
que Os Homens Preferem as Loiras
funciona como um ápice da comédia sofisticada, um das grandes vertentes na
filmografia do diretor, passeando agora pelos caminhos do filme musical, muito embora
Marilyn Monroe e Jane Russel não fossem as dançarinas mais desenvoltas. Mas são
elas que protagonizam essa história de duas amigas que viajam num
transatlântico rumo a Paris.
que Os Homens Preferem as Loiras
funciona como um ápice da comédia sofisticada, um das grandes vertentes na
filmografia do diretor, passeando agora pelos caminhos do filme musical, muito embora
Marilyn Monroe e Jane Russel não fossem as dançarinas mais desenvoltas. Mas são
elas que protagonizam essa história de duas amigas que viajam num
transatlântico rumo a Paris.
Se
no cinema de Hawks as noções de amizade, especialmente a masculina, ganham
importância central, funcionando mesmo como microcosmos familiares, aqui as
duas moças assumem essa relação, apesar da personalidade tão divergente de ambas, quase como contrapontos de uma mesma alma feminina. As mulheres aqui
também deixam de ser aquelas que invadem o universo dos homens e o modificam ou
abalam. Em Os Homens Preferem as Loiras,
são os caminhos delas que interessam enquanto observação de vidas que buscam
por realização pessoal e passional, cada uma a sua maneira.
no cinema de Hawks as noções de amizade, especialmente a masculina, ganham
importância central, funcionando mesmo como microcosmos familiares, aqui as
duas moças assumem essa relação, apesar da personalidade tão divergente de ambas, quase como contrapontos de uma mesma alma feminina. As mulheres aqui
também deixam de ser aquelas que invadem o universo dos homens e o modificam ou
abalam. Em Os Homens Preferem as Loiras,
são os caminhos delas que interessam enquanto observação de vidas que buscam
por realização pessoal e passional, cada uma a sua maneira.
Lorelei
Lee (Monroe) não esconde sua fascinação por dinheiro, joias e luxo e sua mania de conquistar homens ricos, coisa que é escancarada já no número musical que abre o filme; também é famoso o número
musical em que ela canta que os “diamantes são os melhores amigos de uma
garota”. Por outro lado, Dorothy Shaw (Russel), menos picareta, está mais à
procura de homens bonitões e atléticos, independente de seus dotes financeiros.
Lee (Monroe) não esconde sua fascinação por dinheiro, joias e luxo e sua mania de conquistar homens ricos, coisa que é escancarada já no número musical que abre o filme; também é famoso o número
musical em que ela canta que os “diamantes são os melhores amigos de uma
garota”. Por outro lado, Dorothy Shaw (Russel), menos picareta, está mais à
procura de homens bonitões e atléticos, independente de seus dotes financeiros.
Mas
apesar de tudo, o filme tem sua pitada de ingenuidade na forma despretensiosa como lida com essas questões, a despeito da desaprovação de Dorothy pela forma como a amiga pensa sobre a felicidade junto a um homem. Mesmo assim não há julgamentos
no filme, mas a abordagem atrevida de um estilo de vida. Desde o início sabemos
das convicções, nem sempre “bem vistas”, que movem as protagonistas, o que dota
a obra de uma bela desfaçatez com que trata os fascínios dessas mulheres pelos
homens e suas “qualidades”.
apesar de tudo, o filme tem sua pitada de ingenuidade na forma despretensiosa como lida com essas questões, a despeito da desaprovação de Dorothy pela forma como a amiga pensa sobre a felicidade junto a um homem. Mesmo assim não há julgamentos
no filme, mas a abordagem atrevida de um estilo de vida. Desde o início sabemos
das convicções, nem sempre “bem vistas”, que movem as protagonistas, o que dota
a obra de uma bela desfaçatez com que trata os fascínios dessas mulheres pelos
homens e suas “qualidades”.
O
filme se aproveita desse clima para tecer piadas muito boas (a língua de
Dorothy é bastante afiada nesse sentido, despeitando a própria amiga na sua
“vulgaridade”) e criar momentos realmente hilários, como a cena em que Lorelei
tenta escapar por uma janela e fica entalada, tendo de disfarçar sua escapada
com a ajuda de uma criança. A comédia de erros tem sua cota de esperteza aqui nas
trapalhadas e voltas que os personagens dão nos papéis que assumem. Só os
minutos finais que bagunçam um pouco a coisa com reviravoltas desnecessárias,
mas que não tiram a graça do todo. Difícil num filme tão espirituoso e
descarado, no melhor dos sentidos.
filme se aproveita desse clima para tecer piadas muito boas (a língua de
Dorothy é bastante afiada nesse sentido, despeitando a própria amiga na sua
“vulgaridade”) e criar momentos realmente hilários, como a cena em que Lorelei
tenta escapar por uma janela e fica entalada, tendo de disfarçar sua escapada
com a ajuda de uma criança. A comédia de erros tem sua cota de esperteza aqui nas
trapalhadas e voltas que os personagens dão nos papéis que assumem. Só os
minutos finais que bagunçam um pouco a coisa com reviravoltas desnecessárias,
mas que não tiram a graça do todo. Difícil num filme tão espirituoso e
descarado, no melhor dos sentidos.
Confesso, ainda não assisti Os Homens preferem as Loiras, mas é interessante essa perspectiva sobre o cinema de Hawks e sobre o cinema q era feito naquela época. Temo pelo remake previsto para essa obra, nem sei em que pé está…
Amei o filme quando assisti, especialmente porque sempre fui fã de Marilyn. Gostaria de revê-lo… Tomara que exista na minha locadora.
Excelente filme!
Monroe e Russell são dinamite pura e exibe uma química que poucas atrizes em cena conseguiram reproduzir.
Só digo uma coisa: preciso rever esse diamante! =)
Eita Wanderley, nem sabia que estavam encomendando um remake. Diante de obra tão espetacular, é de se temer mesmo. E não deixe de ver, é um filmão.
Acho que já existe até em Blu-ray, Stella. Pelo menos eu vi numa cópia assim em alta definição. A Marilyn tá ótima nesse filme, parece o tipo de personagem perfeita pra ela fazer.
Por aí, Elton. Eu só não gosto muito delas como dançarinas, mas o valor do projeto está em outras diamantes 😉