A força em união

Os Vingadores: A
Era de Ultron

(Avengers: Age of Ultron, EUA, 2015)
Dir:
Joss Whedon
O
primeiro filme dos Vingadores, para além da agradabilidade como produto de ação
e diversão, cumpriu uma função muito difícil, e talvez muito cara aos fãs dos
super-heróis, que é a de estabelecer uma dinâmica coerente entre seus personagens
principais. Entre a seriedade e o humor, a maneira como cada uma daquelas personalidades
heroicas encontra espaço na trama é estabelecida de forma bem satisfatória.
Por
isso é muito bom ver como Vingadores: A
Era de Ultron
faz jus a esse arranjo, sustentando-se como narrativa própria,
ainda que um tanto inchada. Curioso como na comparação inevitável com o filme
anterior, essa continuação acaba contornando um grande problema da maioria das
continuações: a pretensão de ser mais grandioso que o antecessor. Ajuda
muito o fato do primeiro filme ter uma trama mais direta, simples mesmo.
Em
A Era de Ultron, toca-se na questão
da inteligência artificial a partir desse empreendimento criado pelas próprias indústrias
Stark, mas que foge do controle. O vilão Ultron agora põe em xeque o destino da
humanidade sob o pretexto da própria inutilidade ou estado de irreparabilidade
da raça humana que precisa desaparecer do universo.

Os
Vingadores, por sua vez, agora estabelecidos como time, ainda precisam
enfrentar seus dramas pessoais (seja o peso de manter uma família, no caso do Gavião
Arqueiro, ou a possibilidade de uma vida a dois, conflito tomado pelo Dr.
Banner e a Viúva Negra). Há ainda a inclusão de dois novos personagens poderosos,
os irmãos gêmeos Mercúrio e Feiticeira Escarlate, tentando encontrar seu lado no embate de forças.
É
certo que as estratégias narrativas que se desenham em filmes como esse vem se
desgastando com o tempo, tornando-se parecidas – e não parece haver pretensão em mudar isso, especialmente quando a arrecadação do filme bate recordes
milionários de bilheteria. Mas em Vingadores
há o gosto de ver como todos esses elementos juntos formam um todo coeso, sem
desandar como seria bem possível.
Joss
Whedon, felizmente retomando a direção aqui, mantém a mesma precisão com que
filma as cenas de ação, com que injeta diversão em meio ao realismo
apocalíptico que se aproxima e, principalmente, com que não deixa que certos
personagens tornem-se mais importantes que outros (desde o filme anterior receava-se
que o Homem de Ferro recebesse os holofotes, o que não acontece de fato, embora
seja dono de momentos impagáveis). 

Talvez o filme seja exageradamente cheio de
informações, sua trama passeia por muito mais pormenores que o anterior, por
isso certo inchaço. Mas consegue também o feito de agradar os fãs dos
quadrinhos, num projeto tão ambicioso como este, assim como o espectador menos aficionado.
E isso já é muito positivo.

2 thoughts on “A força em união

  1. O filme é lotado de informações. Já é dificil lidar com tantos personagens e histórias juntos. E ainda, introduzem quatro novos. Alguns são mas trabalhados, como os gêmeos.
    Agora, outros, pouquíssimos, como o salvador final.
    Não me empolgou e me rendeu até alguns bocejos.
    Ah, faltou o homem-formiga ou homem-aranha dar uma passadinha pelo filme, também para completar o grupo. Ou talvez o Batman… rs

  2. De fato, Elizio, mas acho que tem muitos outros filmes que se complicam mais nessa enxurrada de informações e personagens. Esse aqui não me cansa, a orquestração dramática e a adrenalina se equilibram bem, apesar de pesado.

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