Invencível (Unbroken, EUA,
2014)
2014)
Dir:
Angelina Jolie
Angelina Jolie
Bate
impressão muito forte de que Angelina Jolie quer, com Invencível, provar para o mundo (ou para si mesma) que sabe
conduzir um filme – e um essencialmente masculino, rígido, áspero. Mas ao invés
de se arriscar, ela prefira a velha história de superação, do homem
que enfrentou as mais temíveis provações, mas se manteve puro e resistente, do tour de force em que quanto mais sofrer
o protagonista, melhor será sua redenção valorativa. Nada mais cristão.
impressão muito forte de que Angelina Jolie quer, com Invencível, provar para o mundo (ou para si mesma) que sabe
conduzir um filme – e um essencialmente masculino, rígido, áspero. Mas ao invés
de se arriscar, ela prefira a velha história de superação, do homem
que enfrentou as mais temíveis provações, mas se manteve puro e resistente, do tour de force em que quanto mais sofrer
o protagonista, melhor será sua redenção valorativa. Nada mais cristão.
Parece
mesmo uma releitura da paixão de Cristo, via trajetória errante do jovem Louis
Zamparini (Jack O’Connell). Filho de imigrantes italianos, grande corredor que sempre quis ser um corredor olímpico, acaba sendo enviado como soldado para os fronts da II Guerra Mundial, sofre
acidente de avião e fica à deriva no mar por mais de 40 dias até ser feito
prisioneiro pelos japoneses.
mesmo uma releitura da paixão de Cristo, via trajetória errante do jovem Louis
Zamparini (Jack O’Connell). Filho de imigrantes italianos, grande corredor que sempre quis ser um corredor olímpico, acaba sendo enviado como soldado para os fronts da II Guerra Mundial, sofre
acidente de avião e fica à deriva no mar por mais de 40 dias até ser feito
prisioneiro pelos japoneses.
Não
é à toa que há no início uma cena na igreja onde o jovem Louis escuta o sermão
do padre sobre a importância de perdoar até mesmo nossos inimigos. O calvário
que é a prisão no campo japonês demonstra o quanto o filme se esforça ao máximo
para revelar a resistência física e emocional de seu protagonista, com grandes doses de masoquismo.
é à toa que há no início uma cena na igreja onde o jovem Louis escuta o sermão
do padre sobre a importância de perdoar até mesmo nossos inimigos. O calvário
que é a prisão no campo japonês demonstra o quanto o filme se esforça ao máximo
para revelar a resistência física e emocional de seu protagonista, com grandes doses de masoquismo.
E
isso é louvável por si só (não esqueçamos que se trata de uma história real –
como se faz sempre questão de destacar). Mas a condução de Jolie segue um
caminho raso, o mais fácil deles, buscando no espectador um cúmplice para se
identificar instantaneamente com a agonia imposta ao bravo Louis (não à toa algo
que muito aproxima o longa com A Paixão
de Cristo, filmada por Mel Gibson, inclusive com direito a cena com simbologia bíblica em momento chave do filme).
isso é louvável por si só (não esqueçamos que se trata de uma história real –
como se faz sempre questão de destacar). Mas a condução de Jolie segue um
caminho raso, o mais fácil deles, buscando no espectador um cúmplice para se
identificar instantaneamente com a agonia imposta ao bravo Louis (não à toa algo
que muito aproxima o longa com A Paixão
de Cristo, filmada por Mel Gibson, inclusive com direito a cena com simbologia bíblica em momento chave do filme).
Ainda
que as cenas no front de batalha e no
campo de prisão sejam muito realistas, o roteiro é hábil em soltar muitas
frases de efeito ao longo de todo caminho de penitência de Louis, acompanhado
por trilha sonora edificante e emotiva. É tudo mais problemático do que a
direção acomodada de Jolie, que conta com a câmera sempre competente de um
grande diretor de fotografia como Roger Deakins.
que as cenas no front de batalha e no
campo de prisão sejam muito realistas, o roteiro é hábil em soltar muitas
frases de efeito ao longo de todo caminho de penitência de Louis, acompanhado
por trilha sonora edificante e emotiva. É tudo mais problemático do que a
direção acomodada de Jolie, que conta com a câmera sempre competente de um
grande diretor de fotografia como Roger Deakins.
É
difícil mesmo acreditar que existe a mãos dos irmãos Coen na escrita do
roteiro, tão rico nos lugares comuns do filme de superação, pesando a mão no
maniqueísmo que parece feito para esse tipo de história. Invencível tenta posar
com propósitos humanistas redentores em tempos de guerra, mas não passa de um filme
despedaço em clichês na sua construção narrativa.
difícil mesmo acreditar que existe a mãos dos irmãos Coen na escrita do
roteiro, tão rico nos lugares comuns do filme de superação, pesando a mão no
maniqueísmo que parece feito para esse tipo de história. Invencível tenta posar
com propósitos humanistas redentores em tempos de guerra, mas não passa de um filme
despedaço em clichês na sua construção narrativa.