Renoir (Idem, França,
2012)
2012)
Dir:
Gilles Bourdos
Gilles Bourdos
“A
dor passa, mas a beleza permanece”. Para um pintor tão celebrado e genial como Pierre-Auguste
Renoir, essa frase lhe cai pertinentemente num filme que pinta um retrato muito
luminoso do pintor impressionista, apesar de já encontrá-lo na fase final de
sua vida, mesmo que ainda produzindo e dono de sua sanidade. A velhice lhe aflige
o corpo, mas a consciência sobre a validade da própria arte permanece como
força ativa, apesar do clima melancólico e doloroso em que vive o artista.
Mas
a rotina do mestre (Michel Bouquet) ganha também novas luzes com as duas chegadas que a história
promove. Primeiro, ele conhece uma nova modelo, a bela Andrée (Chista Theret), uma
jovem atriz em busca de trabalho. Na verdade, é sob o olhar dela que chegamos à
casa de campo na Côte d’Azur e encontramos o pintor sob os cuidados da família
e criados, mas sem ar de ranzinza. Renoir
nunca é um filme pesaroso.
a rotina do mestre (Michel Bouquet) ganha também novas luzes com as duas chegadas que a história
promove. Primeiro, ele conhece uma nova modelo, a bela Andrée (Chista Theret), uma
jovem atriz em busca de trabalho. Na verdade, é sob o olhar dela que chegamos à
casa de campo na Côte d’Azur e encontramos o pintor sob os cuidados da família
e criados, mas sem ar de ranzinza. Renoir
nunca é um filme pesaroso.
Logo
em seguida, chega seu filho Jean Renoir (Vincent Rottiers), convalescente
depois de ser ferido na Primeira Guerra Mundial. O futuro cineasta ainda vai traçar
seus caminhos de sucesso, mas se encanta ao conhecer Andrée. Passando longe do
lugar comum de criar inimizade entre pai e filho, via ciúme despertado pela
presença da jovem, o filme ganha dimensões de encontro familiar em que as
mágoas de cada um são postas à mesa, mas sem cair na lavagem de roupa suja. No
fundo, há muito de amoroso nesses encontros.
em seguida, chega seu filho Jean Renoir (Vincent Rottiers), convalescente
depois de ser ferido na Primeira Guerra Mundial. O futuro cineasta ainda vai traçar
seus caminhos de sucesso, mas se encanta ao conhecer Andrée. Passando longe do
lugar comum de criar inimizade entre pai e filho, via ciúme despertado pela
presença da jovem, o filme ganha dimensões de encontro familiar em que as
mágoas de cada um são postas à mesa, mas sem cair na lavagem de roupa suja. No
fundo, há muito de amoroso nesses encontros.
Renoir é sobre pais e filhos. O
retrato do esgotamento de um artista acaba sendo o florescer de outro, em
campos diferentes das artes. Apesar da tristeza e melancolia do todo, a luz da
Riviera Francesa surge resplandecente, acariciando os personagens em seus
dilemas ou dificuldades. Pode soar quase pedante que o filme tente reproduzir
certas imagens como se fossem pinturas no estilo impressionista de Renoir, mas
a vivacidade persistente que emana dali ganha uma tradução ideal, de uma tela
para outra.