Além do
Arco-Íris
(A Bout du Conte, França, 2012)
Dir:
Agnès Jaoui
Agnès Jaoui
Agnès
Jaoui é diretora e roteirista de um filme espirituoso e muito bem escrito
chamado O Gosto dos Outros, sua
estreia na direção. Daí que esse seu novo projeto aparece como uma grande
decepção porque não consegue criar personagens pelos quais o espectador consiga
ter muita empatia. É difícil se importar com os seus dramas e conflitos, num
filme mais bobinho.
Jaoui é diretora e roteirista de um filme espirituoso e muito bem escrito
chamado O Gosto dos Outros, sua
estreia na direção. Daí que esse seu novo projeto aparece como uma grande
decepção porque não consegue criar personagens pelos quais o espectador consiga
ter muita empatia. É difícil se importar com os seus dramas e conflitos, num
filme mais bobinho.
Não
que pareça pretensão criar situações complexas e personagens com
grandes dilemas. Na verdade, essa é uma boa característica dos filmes da
diretora, sempre escritos em parceria com seu marido, Jean-Pierre Bacri (ambos
atores também): os conflitos estão no plano do cotidiano, como se o espectador
pudesse se enxergar naqueles personagens ou, pelo menos, acreditar que eles
sejam como nossos vizinhos, parentes ou amigos, em situações muito próximas que
possam ocorrer no dia a dia.
que pareça pretensão criar situações complexas e personagens com
grandes dilemas. Na verdade, essa é uma boa característica dos filmes da
diretora, sempre escritos em parceria com seu marido, Jean-Pierre Bacri (ambos
atores também): os conflitos estão no plano do cotidiano, como se o espectador
pudesse se enxergar naqueles personagens ou, pelo menos, acreditar que eles
sejam como nossos vizinhos, parentes ou amigos, em situações muito próximas que
possam ocorrer no dia a dia.
Mas
os esforços de se fazer comédia aqui só rendem alguns momentos realmente
inspirados, enquanto acompanhamos um mosaico de histórias de personagens que
se cruzam. Essa é a base estrutural do roteiro, tendo os enlaces amorosos como
mote principal da vida de homens e mulheres errantes pelo mundo em busca de
conforto no coração.
os esforços de se fazer comédia aqui só rendem alguns momentos realmente
inspirados, enquanto acompanhamos um mosaico de histórias de personagens que
se cruzam. Essa é a base estrutural do roteiro, tendo os enlaces amorosos como
mote principal da vida de homens e mulheres errantes pelo mundo em busca de
conforto no coração.
Casais
se apaixonam e se separam. Homem sofre na convivência com os filhos da nova
namorada, enquanto seu filho só lhe procura, acanhadamente, para pedir
dinheiro, músico apaixonado por uma bela garota que mais tarde vai se encantar
por um charmoso, mas mau caráter, produtor musical. A filha de um casal se
torna católica fervorosa e reclusa, enquanto a mãe tenta aprender a dirigir com
esse mesmo homem cujo filho lhe pede grana. Tudo se entrelaça.
se apaixonam e se separam. Homem sofre na convivência com os filhos da nova
namorada, enquanto seu filho só lhe procura, acanhadamente, para pedir
dinheiro, músico apaixonado por uma bela garota que mais tarde vai se encantar
por um charmoso, mas mau caráter, produtor musical. A filha de um casal se
torna católica fervorosa e reclusa, enquanto a mãe tenta aprender a dirigir com
esse mesmo homem cujo filho lhe pede grana. Tudo se entrelaça.
Há também na história
um interessante flerte com o conto de fadas, o que dota o filme desse tom assim
leve, despretensioso. Ícones como o do príncipe encantado ou da Cinderela (aqui trocando de papeis com um rapaz)
surgem numa roupagem mais adulta, ainda que os personagens e seus conflitos se
encontrem num nível raso, talvez até propositalmente. Mas é o filme que perde com essa escolha.
um interessante flerte com o conto de fadas, o que dota o filme desse tom assim
leve, despretensioso. Ícones como o do príncipe encantado ou da Cinderela (aqui trocando de papeis com um rapaz)
surgem numa roupagem mais adulta, ainda que os personagens e seus conflitos se
encontrem num nível raso, talvez até propositalmente. Mas é o filme que perde com essa escolha.