Foxcatcher
– Uma História que Chocou o Mundo (Foxcatcher,
EUA, 2014)
Dir:
Bennett Miller
Bennett Miller
John du Pont quer ver a América
vencer, Mark quer ser o melhor do mundo no que faz. Ele pratica luta
greco-romana, du Pont é um amante dos esportes. Milionário, construiu um centro
de treinamentos onde é o técnico obstinado a conduzir à vitória os jovens
lutadores. Mark tem um irmão, David, também lutador como ele, que o treinava
com poucos recursos. Ambos aceitam ser capitaneados por uma oferta tentadora de
du Pont e terem condições de concretizar seus sonhos, simbolizados por troféus,
reconhecimento e dinheiro.
vencer, Mark quer ser o melhor do mundo no que faz. Ele pratica luta
greco-romana, du Pont é um amante dos esportes. Milionário, construiu um centro
de treinamentos onde é o técnico obstinado a conduzir à vitória os jovens
lutadores. Mark tem um irmão, David, também lutador como ele, que o treinava
com poucos recursos. Ambos aceitam ser capitaneados por uma oferta tentadora de
du Pont e terem condições de concretizar seus sonhos, simbolizados por troféus,
reconhecimento e dinheiro.
Foxcatcher concentra-se na relação entre esses sujeitos, que vão
se estranhando cada vez mais à medida que as atitudes de du Pont se tornam mais
impositivas. Ele se contrapõe à fraqueza emocional de Mark, sujeito pelo qual
du Pont parece atraído, relação não muito bem esclarecida pelo filme. Um
assassinato vai brotar daí, caso verídico que é o mote da história, apesar do
filme interessar-se mais pelo processo que levou a isso, ainda que sem
explicações lógicas.
se estranhando cada vez mais à medida que as atitudes de du Pont se tornam mais
impositivas. Ele se contrapõe à fraqueza emocional de Mark, sujeito pelo qual
du Pont parece atraído, relação não muito bem esclarecida pelo filme. Um
assassinato vai brotar daí, caso verídico que é o mote da história, apesar do
filme interessar-se mais pelo processo que levou a isso, ainda que sem
explicações lógicas.
Esse tom de estranheza é
estabelecido, de cara, pela composição do personagem de du Pont. Steve Carrell
abandona seus tipos cômicos e dá corpo a um personagem bruto, cada vez mais
prepotente, carregando algo de doentio no olhar, na respiração ofegante e na
determinação cega pela conquista de seus ideais, ainda que por meio de tortura
psicológica. Channing Tatum funciona muito bem como o homenzarrão inseguro de
si, não demora a entrar em conflito com o irmão, vivido por um Mark Ruffalo
excelente no papel. Um time de boas atuações conduzidas seguramente por Bennett
Miller.
estabelecido, de cara, pela composição do personagem de du Pont. Steve Carrell
abandona seus tipos cômicos e dá corpo a um personagem bruto, cada vez mais
prepotente, carregando algo de doentio no olhar, na respiração ofegante e na
determinação cega pela conquista de seus ideais, ainda que por meio de tortura
psicológica. Channing Tatum funciona muito bem como o homenzarrão inseguro de
si, não demora a entrar em conflito com o irmão, vivido por um Mark Ruffalo
excelente no papel. Um time de boas atuações conduzidas seguramente por Bennett
Miller.
E estamos lidando não com o diretor
do verborrágico Moneyball – O Homem que Mudou o Jogo e sim com
o cineasta do denso Capote. É nesse terreno do drama psicológico
que o diretor sustenta um filme que carrega uma dolorosa melancolia no ar desde
o princípio, não abandona nunca o peso de uma atmosfera que logo testemunhará
uma tragédia.
do verborrágico Moneyball – O Homem que Mudou o Jogo e sim com
o cineasta do denso Capote. É nesse terreno do drama psicológico
que o diretor sustenta um filme que carrega uma dolorosa melancolia no ar desde
o princípio, não abandona nunca o peso de uma atmosfera que logo testemunhará
uma tragédia.
É cada vez mais difícil no cinema norte-americano
recente um olhar tão cuidadoso e demorado para personagens fadados ao
sofrimento, num clima tão opressor, talvez o maior mérito do filme. Miller
aprisiona o espectador numa atmosfera densa, sem deixar de olhar afetuosamente
para seus personagens.
recente um olhar tão cuidadoso e demorado para personagens fadados ao
sofrimento, num clima tão opressor, talvez o maior mérito do filme. Miller
aprisiona o espectador numa atmosfera densa, sem deixar de olhar afetuosamente
para seus personagens.
Como
retrato de uma América superior e idealizada (por toda uma sociedade, diga-se),
o comportamento de John du Pont não passa de um reflexo de um país fracassado
na perseguição doentia por antigos e arraigados valores.
retrato de uma América superior e idealizada (por toda uma sociedade, diga-se),
o comportamento de John du Pont não passa de um reflexo de um país fracassado
na perseguição doentia por antigos e arraigados valores.