Tudo isso acontece tão rápido talvez para que não percebamos o absurdo da situação. Em nenhum momento descobrimos quem é essa mulher, por que ela teve um filho com ele e como era sua vida juntos antes do parto. Sam nos é jogado como esse coitadinho que, sete anos depois (sim, nesse tempo ela criou a filha com a ajuda de uma vizinha cega e de seus amigos, também deficientes como ele), vai lutar contra a justiça para manter a guarda da filha.
Com isto, não existe um único momento que tenha me agradado ou despertado alguma sensação verdadeira. Tudo cheira a um oportunismo barato, ajudado por uma trilha sonora que soa notas emotivas toda vez que o personagem passa por uma situação embaraçosa. Nem mesmo a excelente atuação do Sean Penn consegue ofuscar a construção de uma narrativa piegas.

Para completar, surge a advogada que acaba tendo de tratar do caso de Sam, interpretada por uma Michelle Pfeifer irritante e cheia de caras e bocas. A personagem poderia até evoluir para algo interessante pois, ao entrar em contato com a relação apaixonada pela qual Sam nutre pela filha, ela vai fazer uma avaliação de seu própria estrutura familiar e seu papel de mãe de classe alta que não consegue um diálogo mais amoroso com seu filho. Pena que o roteiro simplifica tudo com direito a final reconciliatório entre todos, sem mais nem menos.
Por tudo isso, a tentativa reles de nos impor pena por um personagem carente de nossa atenção talvez seja o maior desastre do filme. Em uma única palavra: repulsivo.
Até hoje nao vi justamente por achar que vou encontrar tudo isso que vc falou. Mas sabe que é um campeao na locadora? Aluga bem até hoje…
Abraços!
Esse vi há muito tempo e apesar de ter gostado mais que você, entendo esse resultado de decepção com o filme. Ele tem alguns momentos maravilhosos, mas é um tanto apelativo em sua parte final. Abraço!
É Hélio, imagino que seja bem locado mesmo. É do tipo que faz muita gente se emocionar e se derreter, infelizmente, com algo tão forjado.
Que bom que pelo menos conseguiu gostar de algumas coisas, Vinícius. Eu acho péssimo do início ao fim.
O filme realmente não é nada especial e tenta a todo custo fazer-nos chorar, mas não me senti ultrajado ao vê-lo – menos por Penn e mais por Pfeiffer e pela pequena Dakota, ambas ótimas.
Cara, sua resenha está perfeita! É exatamente essa mania estadunidense da superação pela deficiência que rende milhões de dólares na grande tela. E é justamente por isso a minha enorme antipatia com Forrest Gump, sucesso de crítica, que segue a mesma receita.
Abs!
Bem Gustavo, não consegui encontrar nada de adimirável no filme. E a Pfeiffer e sua personagem eu não consigo engolir.
Obrigado pelo elogio Dudu, e existe mesmo essa mania de emocionar mostrando a “superação” de alguém. Isso rende muito dinheiro. O Hélio, do primeiro comentário aí acima, é dono de locadora e disse que até o hoje o filme é bastante locado. Não podia ser diferente!!!
“Uma Lição de Amor” é um filme bem parecido com “O Som do Coração”: tem aquele roteiro feito sob medida para comover, com uma história manipuladora, mas que acaba se conectando com a gente de uma forma única. Eu teria indicado ao Oscar os três atores do filme: Sean Penn, Dakota Fanning e Michelle Pfeiffer!
Infelizmente Kamila, esse filme não se conectou comigo de forma nenhuma justamente por esse roteiro manipulador. E gosto imensamente da atuação do Sean Penn aqui (mas não chega a salvar o filme), mas a Michelle Pfeiffer está muito aquém de uma indicação ao Oscar. A Fanning não passa vergonha, mas não está lá muita coisa, não. Já viu, né? Odeio esse filme.
Eu bem gostei desse filme na época, sério!
Tudo bem Fabiana, gosto é gosto. não veria ele nunca mais!!